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Há evidências sistemáticas sobre as conexões entre o desempenho no trabalho e os resultados subsequentes a isso. Os dados mostram que o desempenho não é muito relevante, considerando o que acontece com a maior parte das pessoas na maioria das empresas.
Um estudo com funcionários do serviço público, observou que as pessoas com o maior nível habilitações literárias tinham mais probabilidades de serem promovidas, mesmo que não fossem muito eficientes.
Para além de não lhes garantir uma promoção, o excelente desempenho no trabalho pode até prejudicá-los. Veja o caso de Phil:
Phil era um jovem executivo talentoso que trabalhava numa grande instituição financeira. Ele conseguiu, de forma excecional, criar projetos complexos de implementação de tecnologia da informação, dentro do cronograma, ou antes do previsto e abaixo do orçamento. Porém, quando o Phil perguntou ao seu chefe sobre a possibilidade de alcançar outros cargos no banco, ouviu a seguinte resposta: “Não o deixarei ir porque o Phil é demasiado bom na função que está a exercer neste departamento.” O chefe estava até disposto a aumentar a responsabilidade de Phil para a implementação de TI no seu departamento, mas ficou relutante em fazer algo que chamasse a atenção dos outros em relação a Phil e assim arriscar perdê-lo.
Assim sendo, um excelente desempenho pode leva-lo a uma armadilha, porque um chefe não quer perder as competências pelas quais se destaca.
Um excelente desempenho por si só, não é suficiente para garantir uma promoção, um aumento salarial e pode até nem auxilia-lo a alcançar posições de poder. Então o que é preciso fazer?
Certifique-se de que é eficaz na gestão daqueles que estão no poder.
As pessoas que estão no poder provavelmente não prestam tanta atenção nas suas funções ou no seu envolvimento no projeto. Por isso, a sua primeira responsabilidade é assegurar que aqueles que estão nas hierarquias mais altas da sua empresa saibam o que está a fazer. A melhor maneira de fazer isso é falar com eles, afinal são essas pessoas que poderão escolhe-lo para um cargo alto.
Claro que ninguém terá um bom desempenho em todas as dimensões do seu trabalho. O que pode fazer é enfatizar de forma consistente aqueles aspetos nos quais é bom.
Pode destacar-se naquelas dimensões da eficiência no seu cargo para favorecê-lo e trabalhar contra os seus concorrentes.
Uma das razões do desempenho importar menos do que as pessoas esperam é a questão de ter muitas dimensões. Além disso, as coisas que importam para o seu chefe podem não ser as mesmas que acha importantes.
Muitos acreditam que sabem com o que os seus chefes se importam, mas trata-se apenas de uma suposição arriscada. O mais eficaz é perguntar para aqueles que estão no poder, quais são os aspetos do trabalho que eles acham que são mais cruciais e como eles veem o que deveria fazer. Pedir ajuda ou conselhos também é importante para criar um relacionamento com as pessoas estão no poder. Após ter perguntado, use as dicas que eles lhe indicaram.
A forma mais segura de manter a sua posição e de construir uma base de poder é ajudar aqueles com cargos mais elevados a valorizarem as suas perceções positivas em relação a si próprios.
Preocupe-se com o relacionamento que tem com a sua chefia, pelo menos o tanto quanto se preocupa com o seu desempenho no trabalho. Se o seu chefe comete um erro, perceba se alguém o menciona, para além de si. Se ressaltar algum erro ou problema, faça isso de forma que não implique, de modo algum, no autoconceito ou na competência do indivíduo. Por exemplo: colocar a culpa nos outros ou na situação. A última coisa que vai querer é ser conhecido como alguém que deixa o seu chefe inseguro ou que tenha uma relação difícil com aqueles que estão poder.
Pesquisas mostram como o elogio é eficaz enquanto estratégia para adquirir influência. O elogio funciona porque, naturalmente, passamos a gostar das pessoas que nos elogiam e que nos fazem sentir bem connosco e com as nossas realizações. Além disso, ser agradável ajuda a desenvolver a influência. O elogio também funciona, porque envolve a regra da reciprocidade – Se cumprimenta alguém esse cumprimenta-o de volta.
Como já deve ter percebido, hoje ressaltamos – através dos excertos retirados do livro de Jeffrey Pfeffer “Poder por que alguns têm” – a importância da criação de um relacionamento com o seu chefe com o intuito de resultar em sucesso mútuo. Afinal, o seu relacionamento com aqueles que estão no poder é fundamental para o seu próprio sucesso.
O escritor Best-seller e guru de marketing Keith Ferrazi diz que, ao contrário do que a maioria pensa, elas não são responsáveis pelas próprias carreiras. Conforme observou, a sua ambição em conduzir e até mesmo o seu excelente desempenho não são suficientes para garantir o sucesso de uma organização hierárquica típica.
As pessoas responsáveis pelo seu sucesso são aquelas acima de si, com tanto poder para promovê-lo como para impedir a sua ascensão no quadro organizacional. Então, a sua função é garantir que aqueles outros influentes tenham um desejo de fazer com que seja bem-sucedido.
Portanto, faça um bom trabalho, mas também assegure-se que aqueles que estão no poder notem o seu bom trabalho e que se recordem de si também pelo facto de fazê-los sentirem-se bem com eles próprios.
Fonte: excertos retirados do livro de Jeffrey Pfeffer “Poder por que alguns têm”.